O SOLITÁRIO COTIDIANO
Corre solta a confusão
do dia,
de um lado a calmaria,
doutro a romaria,a soberba da esperança.
Um ônibus azulado
ganha a rua, refletea passagem das horas.
A solidão maior,
ali sentado,ao seu lado, um copo vazio,
trajes claros, sujos pelo dia
anterior,
céu menos azul que o ônibus.Os capitalistas iriam se cruzarem,
na próxima esquina,não tinha como evitar.
sentado, a solidão se continha
imóvel,
cabisbaixo, resignado pelas horas,
ao seu lado umalonga rua asfaltada,
aos seus pés, uma velha
apergata de borracha,
corroída pelas ruas de terra batida.
A solidão mirava o chão
destino certo, ilusão.Calado, mãos cruzadas.
Corre solto o dia
como qualquer outro.
Para ele não era necessário
datas, horas, chuva, sol...só queria viver mais um dia,
então,
ignora o copo e os capitalistas na esquina.
Sentado, não sabe ler
a frase escrita na parede suja
“MUDANÇA TRAZ ESPERANÇA”mudança traz esperança?
esperança se faz com dignidade
não com mudança.
Para viver mais um dia
a solidão quer comida.Parado e calado, a vida
prossegue ao seu lado,
num cotidiano fúnebre.
É manhã,
terá um longo dia incerto
a solidão.
Viver é o seu desejo maior,porque amar já é coisa do passado.
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