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domingo, 2 de maio de 2010

LOROTAGEM DO ZÉ


Eu sou ruim de contar lorotas. Mas relataria essa, por um motivo óbvio, é que vale a pena ser narrada.
Veja vocês o que se sucedeu com o José e a sua mulher, a Mariquita. É esse o seu nome mesmo. Mariquita que é muito conhecida nas redondezas das laranjeiras por ser uma pessoa prestativa junto aos seus amigos estava grávida, já completando o seu trigésimo mês de gestação. De uma hora para a outra deu por sentir as contrações bem em uma má hora. Justamente no dia em que aconteceria um dos grandes clássicos do futebol brasileiro. Era o Mengão e o Vasquinho, que jogariam nesse dia.
Zé como a maioria dos homens, era um fanático por futebol, não perderia esse jogo por nada. Na hora em que sua mulher estava se contorcendo em dor, ele estava exatamente encima de sua casa tentando concertar a antena de sua TV de 14 polegadas, para assistir o jogo que estava preste a começar. Galvão Bueno dando as suas iniciais, dizendo:
“bem amigos da rede globo...”
A surpresa do Zé foi quando ele desceu de sua casa e viu a sua esposa em um grande reboliço de dor. Mas ele nunca imaginaria naquela situação vivenciada por ele.
Mariquita se requebrava de dor de um lado a outro, dando leves gemidas e uma olhada estranha, que os olhos pareciam querer pular para fora do corpo.
Nessa hora Zé entrou em desespero sem saber o que fazer e o que decidiria. E agora um fanático pelo futebol, um grande flamenguista em uma emboscada com apenas uma solução.
O desespero foi sendo consumido pela emoção. E com a ajuda de alguns visinhos Zé encaminhava sua mulher rumando ao hospital materno infantil. Não haveria outra solução, se não essa.
Logo o clássico futebolístico ficou esquecido. Era a emoção de ter um primeiro filho que surgia naqueles instantes para a vida de Zé.
Já na sala de espera do hospital, bem próximo de onde estava acontecendo o parto, Zé gesticulava, sorria e balbuciava de emoção para todas as pessoas que estavam lá.
Ser pai e mesmo uma emoção inexplicável.
Passados alguns minutos, mariquita se encontrava em trabalho de parto. Mas derrepente o doutor aparece no corredor que dava vista ao local de espera e mostrando todo feliz para as pessoas que estava nesse local o sinal um com os dedos. E Zé não conseguia se sujeitar de tanta emoção pelo nascimento de seu filho. Logo depois, de novo o médico mostrando o sinal dois com os dedos. E Zé ainda feliz imaginando agora é duplo. Mesmo assim ele continuou feliz.
Derrepente surge o doutor novamente mostrando o sinal três com os dedos. “Meu Deus a situação começou a complicar”, ficou imaginando Zé, Ali sentado e cabisbaixo. Já nem aparentava a sua radiante felicidade de antes. Inconformado, balançava negativamente a sua cabeça e dava uma leve olhada para os bolsos de sua calça.
O mais incrível e que o inacreditável aconteceu. O doutor de novo deu o seu ar da graça. Agora gesticulando o sinal quatro com os seus dedos.
Zé não suportando mais a situação, então sacou um revólver de sua cintura e prestes a se matar, surgiu novamente o médico abraçando Zé todo feliz e gritando gol. Era isso mesmo. O Mengão marcava o seu quinto gol no clássico. Enquanto a Mariquita descansava em seu leito com o seu filho.

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