Por Airton Souza de Oliveira
Na última edição do jornal Gazeta de Carajás, no nº V dos dias 18 a 24 de outubro de 2010, li em suas primeiras palavras, do editorial, a seguinte pergunta: ATÉ QUANTO VALE UMA VIDA?
Por alguns minutos, tive que ler e reler o artigo publicado pelo Editorial do Jornal, para realmente ter um melhor compreendimento do texto. Não que ele estivesse com expressões difíceis, que necessitassem de um Aurélio, para acompanhar a leitura. É que perguntas como essas, tão complexas em seu contexto geral, tende a dar um ar de mistério na resposta final.
Porém, voltei com o assunto para propor e tentar entender quanto realmente vale uma vida. Mas para isso é preciso olhamos para o que vem acontecendo em nossa cidade.
A realidade nua e crua, estar sendo estampada nas primeiras páginas dos jornais marabaense, nos telejornais regionais no horário de meio dia ou mesmo ao vivo, como se nós estivesse em um teatro.
Para quem ainda não entendeu nada, estou me referindo à violência cotidiana, dos assaltos seguidos de homicídio, a quem a Lei chama de latrocínio, dos assassinatos diários por motivos fúteis, e muitos outros tipos de morte que acontecem por aqui.
Só em números estatísticos, em Marabá e região, morreu nos meses de Agosto e Setembro em média de 2,3 pessoas por dia. Um número de morte muito expressivo por sinal.
Mas afinal, quanto vale a vida para nós que temos que conviver diariamente com todos esses acontecimentos brutais?
Difícil responder essa pergunta. Porque a definição de valor a vida perpassa pelos valores moral e ético. E acima de tudo, o valor a vida gira em torno do desejo de viver. Ou seria melhor dizer, “sobreviver” em uma sociedade que tanto venera e adquire a violência.
Para os 33 mineradores chilenos que ficaram durante 69 dias presos na jazida de San José, no Chile, bem no deserto do atacama, em um local a mais de 600 metros de profundidade da superfície, a vida valeu um investimento de US$ 22 milhões por parte dos governantes. Já por parte dos mineradores que estiveram soterrados, a vida Valeu muito mais do que valores. Valeu à fé, organização, perseverança, a união...
O interessante nesse episódio histórico é o nome dado ao acampamento que ficava localizado nas proximidades da mina onde tudo tinha ocorrido: “ESPERANZA”. Traduzindo para o português: “ESPERANÇA”. E é nessa palavra que segue uma das repostas em relação ao valor da vida para nós marabaenses. Pois, a história da cidade de Marabá estar sendo manchada pelos episódios canibais de atos violentos.
Nesse jogo do valor a vida, a ESPERANÇA tem que trilhar caminhos em comum para quem deseja viver em um ambiente tão corrompido pelo alto valor da morte.
Para ir muito além da proposta do Editorial da Gazeta de Carajás, ar de combinarmos que o fato acorrido no Chile, com os mineradores, só se concretizou para uma realidade em que todos saíssem dessa com vida, por causa do próprio mundo que cobrou respostas positivas dos governantes.
Assim, vamos parar agora para refletirmos um pouco.
Nós marabaenses parece que estamos vivendo a mesma situação dos mineiros chilenos. Vendo a morte, mas com ânsia de viver. Acima de tudo, estamos necessitando de viver, assim como eles. Viver com humildade, união, perseverança, organização e apoio dos governantes. Sem ao menos dar uma ênfase maior a valores em questão do dinheiro.
O certo é saber que a “IDADE DA PEDRA LASCADA” já não existe mais. Onde os homens se matavam por nada.
Os tempos agora são outros. E a vida, cobra de nós valores altíssimos para continuar vivendo!
• Professor, Poeta e Escritor de Marabá
ESTOU ME DIVERTINDO TER QUE ESCREVE PARA O JORNAL GAZETA DE CARAJÁS TODAS AS SEMANAS.. SÓ MESMO É QUE AGRADECER A DEUS PELAS OPORTUNIDADES E AO PESSOAL DO JORNAL GAZETA PELA OPORTUNIDADE... O BEM DA VERDADE É QUE NADA GANHO COM ISSO, MAS SÓ PRAZER ESTAR SENDO LIDO POR MAIS DE 10 MIL PESSOAS TODAS AS SEMANAS JÁ UMA MARAVILHA.
ResponderExcluir