A essas alturas, as pernas estavam cansadas. Engrenadas é verdade. Mas era preciso continuar. Um esfocinho a mais eu sei que iria gerar um mundo de satisfação. As orações e crenças continuavam a todo vapor. Olhei para frente, um mar de gente desconhecida. Suando, porém, cantando alegremente os versos para Maria de Nazaré. Olhei para trás, tive plenas convicções que não era eu o motivo da peregrinação. Olhei para os lados, diversos sentimentos escancarados na face dos peregrinos. Sem ter para onde olhar... Olhei para o meu relógio prata... Os seus ponteiros andavam mais apressados do que eu. Confesso... Eles não andavam, corriam calmamente.
Uma leve dor de cabeça, deu início a um incomodo estressante.
Precisava continuar caminhando. Ainda tinha forças para isso.
Mas onde estaria o final disso tudo?
O início? - Há...Há, esse eu sei. Estava na promessa que paguei sem ao menos ter-la feito.
A... Tinha me esquecido de fala. É bem verdade que a promessa não era minha. Pois tenho medo de fazer elas. Aliás, não de fazer, mas de não conseguir pagar o devido preço a que elas carecem.
Não pude medir ao longo desse percurso a felicidade. Mas havia ali rumores desse fragílimo sentimento humano, que é medido por momentos.
De uma coisa eu tinha certeza. Logo logo tudo estaria acabando. Não que eu estivesse achando tudo aquilo um martírio. Até porque se fosse, era papel dele ser mesmo.
Só agora posso saber o que tanto me dava temor e uma dor de cabeça exagerada. Era o sol radiando no céu.
Mas o engraçado disso tudo. É que se estivesse chovendo eu estaria reclamando mais ainda.
Eu era um marinheiro de primeira viagem. Contudo, que me via, imaginava logo que se tratava de um romeiro veterano. Que tinha indo quem sabe até na peregrinação de Canidé.
Porém, já vou logo avisando. Que podem guarda a minha vaga para o ano que vem que eu vou novamente. Enquanto isso, só as imagens fotográficas para me lembrar disso tudo.
Até breve "CÍRIO DE NAZARÉ DE MARABÁ"
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